Afirmações vazias, recriminações e lamúrias

Perdido no emaranhado de afirmações conflitantes, desconexas, imprecisas e delirantes, o renomado autor Tom Cooper tenta retornar as suas análises da guerra ucraniana para o campo aeronáutico, mas continua afeito ao discurso de desejo-delirante, jogando por sobre a sua maltratada credibilidade mais uma pá de cal…

Por: César A. Ferreira

No dia 17 último (agosto de 2022) o renomado autor de conteúdo Tom Cooper cedeu uma entrevista para o veículo informativo EuroZprávy.cz, notadamente para a pessoa de Matěj Bílý. A entrevista concedida pelo senhor Tom Cooper está eivada de preconceitos, imprecisões, contradições explícitas e até mesmo de frustrações, que serão por parte deste presente escriba analisadas.
A matéria abre com a seguinte introdução:

“A liderança política ucraniana não levou a sério a ameaça de uma invasão russa e, sob essa luz, é uma grande surpresa que a força aérea ucraniana possa continuar resistindo a um inimigo mais forte no papel, afirma Tom Cooper, analista e historiador austríaco especializado na aviação militar (…)”.

Já na abertura temos imprecisões, pois afirmar que a Ucrânia não se preparou para um conflito armado, exibindo um exército com 260.000 homens em armas e mais de duas centenas de veículos antiaéreos de defesa de área é mentir descaradamente. Ademais, os oito anos de agressões no Donbass já seriam por si uma refutação razoável.

A primeira pergunta apresenta no seio da sua resposta as sempre presentes imprecações contra Putin, bem como as incontornáveis correlações imprecisas da atual VKS[1] com a antiga aviação frontal soviética de 1945… Um trecho, todavia, merece análise:

“Eles geralmente lançam mísseis guiados Ch-59M em alvos selecionados a uma profundidade de 50 quilômetros da linha de frente, ou mesmo em alvos a 100 quilômetros de distância, se puderem ser atacados da Bielorrússia ou do Mar Negro”.

O Sr. Tom Cooper elegeu uma arma específica para argumentar a inoperância russa em atacar alvos além do raio de 100 km. Esta arma é o Kh-59, que possui hoje a sua última versão designada como Kh-59Mk2. Trata-se de um míssil de cruzeiro, com alcance nominal de… 200 km nas suas versões iniciais e de 290 km na sua versão última. Então… Você possui uma arma que lhe entrega um alcance maior, mas de maneira voluntária se renuncia ao aproveitamento deste alcance. É isto mesmo, Mr. Cooper?

Temos aqui a primeira das afirmações vazias. O senhor Cooper prossegue no mesmo assunto:

“Não foi surpresa, dadas as conhecidas fraquezas das forças armadas russas, que a guerra síria em 2015-2017 já havia revelado claramente na área de encontrar, mirar e destruir alvos a mais de 50-100 quilômetros da frente”.

Aqui temos a contradição explicita, pois a Força Aérea Russa que possui uma arma com alcance de mais de 200 km não encontra e destrói alvos quando estes distam mais de 100 km. Ora, ora, e os ataques realizados em Odessa, Ivano-Francovich e Vinnitsa… Foram miragens? Acontecimentos de um universo paralelo?  Ah! Como esquecer: o Kh-47M2 é uma Wunderwaffe[2], de nada serve, ainda que tenha obtido em Vinnitsa um cartel enorme de Coronéis da Ukroluftwaffe na sua conta.

Mais adiante vemos o desejo delirante se apossar da narrativa do Senhor Cooper:

“A doutrina militar russa, pelo menos no papel, prevê um ataque surpresa à força aérea inimiga no início da guerra, a fim de prejudicá-la. No entanto, Putin calculou que os ucranianos se juntariam a ele ou desistiriam e se dispersariam”.

Vemos aqui a típica falácia argumentativa de projetar no outro uma expectativa que é sua. A realidade desmente o senhor Cooper, dado que a Rússia ao desdobrar apenas um efetivo de 150.000 combatentes para combater em solo ucraniano poderia estar a esperar tudo, menos uma guerra curta. Era de conhecimento russo da existência de efetivos ucranianos da ordem de 70.000 homens em armas apenas defronte a Donetsk, posicionados em uma enorme cadeia de fortificações de campo. Percebe-se, pois, quão vazias são as afirmações do senhor Cooper, que necessita forçar a sua narrativa no sentido de demonizar Putin como líder, bem como os que o rodeiam, seja por aversão pessoal, ou encomendada. Quanto ao ataque inicial, o mundo viu uma chuva de mísseis Kalibr em bases ucranianas no primeiro dia da guerra. De lá para cá só vemos o uso pontual de vetores aéreos ucranianos… Por que será?

Bem que o senhor Cooper tenta nos responder e isto causa uma pérola do mundo jornalístico, devo dizer:

“Eles atacaram dezenas de bases aéreas e aeródromos com mísseis de cruzeiro, mas atingiram muito poucos, no máximo 6-7 caças ucranianos. A maior parte da força aérea ucraniana sobreviveu ao início da guerra. Desde então, a incapacidade do VKS – e de todas as forças armadas russas – de eliminar a força aérea ucraniana não mudou. Eles simplesmente não têm o equipamento e treinamento para a tarefa”.

Atenção! Os ataques as bases só resultaram em uns 6, ou 7 aeronaves destruídas, a Ukroluftwaffe está intacta, operacional e a VKS é incapaz de eliminá-la como ameaça. A pergunta que deve ser feita é: e os apelos do governo ucraniano por caças provém de onde? Para que se fala tanto em treinar pilotos na Polônia e no Reino Unido, de se transferir caças MiG-29 da Eslováquia e da Polônia se as perdas foram mínimas? Por acaso não se registrou um Su-27 da Uckroluftwaffe pousando em território romeno? Por que, então, não se vê a Ukroluftwaffe nos gloriosos céus do Ukroreich, se ela está intacta? Por acaso o senhor Cooper está desinformando conscientemente, ou treina para ser comediante?

Treinando, ou não, para brilhar nos palcos com Stand Up Comedy, fato é que o senhor Cooper continua a nos brindar, agora, abordando a defesa antiaérea ucraniana:

“(…) as forças armadas russas no início da guerra não conseguiram eliminar não apenas a força aérea ucraniana, mas também uma grande parte da defesa aérea terrestre ucraniana. Enquanto isso, isso também foi fortalecido por meio de entregas de Buk, S-300 e outras armas de fabricação soviética. É por isso que o VKS opera em condições de equilíbrio, não superioridade no ar, muito menos domínio aéreo. E isso, por sua vez, significa que eles só podem operar de forma muito limitada”.

Pois bem… Para o senhor Cooper a alegação do Ministério da Defesa da Federação Russa de ter destruído até a presente data 366 veículos de sistemas antiaéreos nada quer dizer. Como também nada quer dizer que os sistemas BuK M1 e S-300PS serem obrigados a se manterem camuflados e sem emitir, para não serem destruídos, como de regra acontece toda vez que emitem. Não são poucas as imagens do radar 30N6 queimados, vitimados pelos mísseis antirradiação Kh-31. Para o senhor Cooper a contagem de três centenas e a privação da liberdade de detecção não é nada, apenas algo para se desprezar… E a Força Aérea Russa, que virtualmente abate o que se opõe a ela e elimina tudo aquilo que se revela quando passa a emitir, opera de forma “limitada”.

Como não poderia deixar de ser, o sentimento de superioridade anglo-saxônica aparece numa prática que na verdade é bem antiga e conhecida, que é o lançamento balístico de foguetes não guiados. O senhor Cooper faz pouco, mas omite, ou se esquece de um detalhe… Diz o entrevistado:

“Eles usam principalmente uma tática de “atirar e rezar” – eles se aproximam a uma altitude muito baixa e velocidade máxima, iniciam uma subida acentuada em um ângulo de 30 a 40 graus e, de uma distância de 2.000 a 3.000 metros, disparam mísseis não guiados, geralmente S-8 calibre 80 milímetros, no alvo”.

Aqui a prepotência anglo-saxônica se revela por inteiro, quando batiza a prática de lançamento balístico de foguetes como “atirar e rezar”. Talvez o senhor Cooper tenha este costume, os pilotos certamente não os têm. O lançamento tem o seu ponto indicado na tela de HUD, posto que ele é continuamente computado. Será que de onde provém o senhor Cooper, as aeronaves de ataque não dispõem de computadores de bordo e softwares capazes de cálculos sequenciais e posicionamento dinâmico? Bom… Os russos possuem tais facilidades e fazem uso delas, adotando uma doutrina que não expõe os seus vetores de maneira inconsequente aos mísseis antiaéreos lançados por infantes (MANPADS).

Além de prepotente, o senhor Cooper se mostra confuso, como quando tenta explicar a forma da VKS lidar com as defesas antiaéreas:

“Eles incluem suporte, por exemplo, na forma de Su-34s equipados com contêineres de guerra eletrônica SAP-14 e Su-35s armados com mísseis anti-radar Ch-59, que tentam “atravessar” o caminho para outros Su-34s armados com mísseis Ch-58/58M com orientação eletro-óptica. A cobertura de cima é fornecida por aeronaves Su-27SM, Su-30SM ou MiG-31. Posteriormente, há uma tentativa de suprimir as defesas aéreas ucranianas para que os Su-34 possam se aproximar (…)”.

Antes de tudo cabe a correção: o míssil antirradiação utilizado é o Kh-31, para ser mais específico o Kh-31P (alcance de 110 km). A confusão se dá pelo fato do senhor Cooper primeiro enunciar que os russos fazem uso de mísseis antirradiação, progridem com o pacote de ataque para só então buscar suprimir as defesas antiaéreas… Não, caro autor renomado, a supressão das baterias antiaéreas são uma prioridade assim que identificadas no Teatro Operacional, como seriam para qualquer uma das outras forças aéreas do mundo… Sim, caríssimo, missões SEAD fazem parte dos manuais doutrinários da VKS. Surpreso?

O senhor Cooper, não contente, parte para a desinformação pura e simples, como quem quer negar uma realidade constatável:

“Talvez apenas pela quantidade de evidências de que muitos sistemas de armas russos, que foram sistematicamente elogiados nos últimos trinta anos, seja pela Rússia ou no Ocidente, tenham fraquezas fundamentais que os ucranianos usam regularmente e com sucesso hoje”.

Então vejamos… A Rússia atacou alvos onde quis nesta guerra, de tanques de armazenamento de lubrificantes em Lviv até a concentração de blindados num Shopping em Kiev. Alvos destruídos por armas como Izdeliye 305[3] abundam em vídeos nos canais públicos do aplicativo Telegram; que fraquezas são essas que dizes ser aproveitadas pela Ucrânia, se o que se percebe é a defesa antiaérea discreta, a Ukroluftwaffe ausente e os alvos de valor tático e estratégico em chamas, todos os dias. O senhor poderia nos explicar esta contradição evidente?
Não poderá, nem o fará: a contradição é intencional.

No entanto, é justamente ao entrar no campo das vitórias em combates aéreos, que a pessoa se supera. Começa por tentar mitigar o fato que o lado escolhido por ele é um fracasso. A tentativa é tosca:

“As batalhas aéreas ocorrem quase diariamente desde o início da guerra e até agora. No entanto, seus resultados são sombrios, então nenhuma das partes quer se gabar muito deles (…)”.

Piada, devo dizer, pois nada há de sombrio num combate aéreo. Você ganha, ou perde. Neste caso quem perde todos os combates é o lado eleito pelo senhor Cooper, o mesmo lado que soltou registros de vitórias aéreas elaboradas em CGI, em especial do jogo Digital Combat Simulator, distribuído pela Eagles Dynamics. Nascia assim o famoso “Fantasma de Kiev”. O lado russo anuncia as vitórias aéreas, detalha dia e hora das suas alegações e os pilotos vitoriosos.

Não contente o senhor Cooper continua:

“seus pilotos atacam regularmente todas as aeronaves ucranianas que detectam com dois a três mísseis R-77, ou R-33 no caso do MiG-31, de muito longe, então eles erram. Por razões de propaganda, o Ministério da Defesa em Moscou posteriormente credita aos pilotos do VKS “vitórias confirmadas em combate aéreo” e os premia”.

Nunca vi tanta desfaçatez. Toda a alegação russa de vitória aérea é suportada por registros de radar por parte dos controladores em terra e das aeronaves envolvidas. Tais registros são gravados. Outro fator que confirma são os seguidos sepultamentos e condecorações póstumas que os pilotos ucranianos recebem. O senhor Cooper certamente crê que os seus leitores são parvos, afinal, o que ele espera de quem lê uma besteira do naipe “disparos de muito longe”, o que é “muito longe”? Por acaso é o uso no limiar do alcance do míssil em questão? Então, os russos não conhecem os parâmetros das suas armas, nunca as testaram… É isso mesmo?
O senhor Cooper certamente acredita estar a falar com crianças, pois bem, crianças aqui não existem. Como sempre é ao tentar justificar os fracassos dos seus eleitos, os ucranianos, que o senhor Cooper se supera. Ele assim começa:

“Devido à falta de fundos, os ucranianos voaram ainda menos horas de treinamento do que os russos antes da guerra”.

Uma desculpa evidente, todavia, ele continua:

“Alguns pilotos mais jovens tiveram a oportunidade antes da guerra de participar de exercícios conjuntos com a Força Aérea dos Estados Unidos e alguns países da OTAN. Entre outras coisas, esses exercícios trouxeram ideias como tentar emboscar os russos com MiG-29 e Su-27 voando baixo no modo -EMCON (…)”.

Como é? Faltam fundos para horas de voo dos pilotos, mas sobra fundos para treinar com a OTAN? Como sempre, a tendência de desculpar os eleitos ucranianos de qualquer espécie de defeitos, leva o senhor Cooper a contradição explícita. Não se dá conta o renomadíssimo entrevistado, de que entre as ações mais dispendiosas para uma força aérea está a de treinar pilotos no exterior, ou mesmo de sediar treinamento ministrado por forças estrangeiras em seu território. Disto não sabe? Ora, pois, o senhor Cooper pode conseguir enganar os incautos, mas tão somente estes.

Como esperado, é no campo da batalha aérea que o delírio se apresenta por inteiro. Para a alegria de todos o senhor Cooper dispara:

“A ideia era se aproximar do inimigo por trás da orientação usando sinais de dispositivos de alerta na frente de seu radar e depois atacá-lo com mísseis R-27ET de médio alcance com orientação infravermelha. Em teoria, no papel, isso parece bom, mas na prática provou ser muito perigoso, pois na realidade o R-27ET pode ser guiado efetivamente a uma distância muito menor do que o declarado. Mesmo assim, várias mortes parecem ter sido alcançadas dessa maneira (…)”.

Como é? A Ukroluftwaffe obteve vitórias aéreas? Então, isto se tornou um problema, pois… Das poucas perdas que a VKS teve nestes seis meses de guerra, todas elas foram reivindicadas pela defesa antiaérea. Nunca houve da parte ucraniana alegação com data e hora, vetores envolvidos e o nome do piloto que logrou a vitória aérea reivindicada. Qual será o problema dos ucranianos? Não sabem quem realizou os seus feitos? São extremamente desorganizados?

Para o senhor Cooper as alegações de vitórias aéreas como as do Major Viktor Dudin, ou do Tenente Ivan Perepelkin, são fantasiosas, mesmo com registro, data, hora e até mesmo vídeos de lançamento dos mísseis empregados em combate, porém as alegações ucranianas, jogadas ao vento, são verídicas. Pois é… O que falar, então, do Tenente-Coronel Ilya Sizov [4], que não só tem 11 vitórias aéreas alegadas, sendo uma delas, a que resultou na morte do herói ucraniano Igor Bedzay…  Registrada em vídeo. O que dizer… Negar?

Pois, vai ficar melhor agora:

“Em resposta, os russos começaram a operar em grandes formações, combatendo regularmente um único MiG ou Sukhoi ucraniano com uma dúzia de seus próprios caças. Além disso, eles mantêm sua desvantagem colocando-os na defensiva através da barragem de vários mísseis R-77 e R-33. Quando você está se esquivando de dois, três, cinco mísseis vindo em sua direção, você não está pensando em como atacar a si mesmo. Além disso, eles mantêm sua desvantagem colocando-os na defensiva através da barragem de vários mísseis R-77 e R-33”.

Oh, céus! A VKS age de maneira covarde, por lutar nos seus termos, aparentemente é isso que o senhor Cooper quer dizer. Observe que a lamúria se dá pela Ukroluftwaffe ver sempre um, ou dois dos seus vetores cercados nos céus por uma “matilha” de vetores russos. Ora, ora, não estava a Ukroluftwaffe intacta, senhor Cooper? Não consegue a Ukroluftwaffe, intacta devido a incompetência russa, colocar vetores em massa para defender os céus ucranianos? Estranho, devo dizer…

A piada fica por conta dos termos de luta, visto que para o senhor Cooper os russos devem abandonar a imposição da sua vantagem relativa… Ele reclama da “barragem” de mísseis BVR[5]. O senhor Cooper parte do princípio de que os russos devem ser bonzinhos e que por isso devem gentilmente deixar os ucranianos a darem os seus tirinhos… Infelizmente a guerra não é travada com bondade. É doutrina reconhecida e aplicada por várias forças aéreas do mundo em combate BVR, impor ao inimigo os seus próprios termos e deixá-lo em posição defensiva. Ademais, o que se viu nos vídeos divulgados foram salvas de mísseis, algo comum num combate aéreo, principalmente quando você tem pela frente alvos múltiplos. Temos, então, a revelação de que o senhor Cooper nada sabe sobre combate BVR, ou desinforma, com plena consciência do que está a fazer.

O senhor Cooper, no entanto, é muito insistente nas suas lamúrias:

“Além disso, os caças russos nunca cruzam a linha de frente, então é inútil tentar atacá-los. Eles não estão no espaço aéreo controlado pela Ucrânia”.

Os russos devem voar desnecessariamente fora da sua cobertura AA, para dar aos ucranianos deprimidos uma chance ao menos… Vamos rir. Novamente a lamúria pelo fato de os russos ditarem os seus termos de combate. Em suas lágrimas o senhor Cooper parece não entender o mundo em que vive, talvez por considerar os russos incompetentes e incapazes. Convenhamos, é uma tática bem conhecida a de atrair inimigos para dentro do raio de ação das suas defesas antiaéreas. O senhor Cooper, suprema ironia, descreveu tais operações havidas no passado, em conflitos do Oriente Médio. Ao que parece o que é valido para sírios e israelenses não pode ser válido para os russos.

Como sabemos, Tom Cooper não é engenheiro, o seu saber sobre sistemas eletrônicos é enciclopédico. Quanto a isso tudo bem, mas para uma pessoa que precisa se apoiar no conhecimento alheio para produzir conteúdo, Cooper parece muito desenvolto e dado a falar demais:

“O problema é que a guerra eletrônica usa muita eletricidade. Tanto que os sistemas de bordo do Su-34 não permitem o pleno uso das capacidades teóricas de seu radar principal Leninets V-004. Não é de surpreender que a aeronave também não possa utilizar totalmente o SAP-14”.

Vamos lá… Se tem algo que não falta aos caças Sukhoy da chamada “Família Flanker” é a disponibilidade de energia para sistemas de bordo.  Sobra energia. O conjunto Su-35/Irbis-E impressiona em alcance justamente por sobrar energia para o sensor… Dizer que um Su-34 não consegue alimentar o seu radar embarcado não pode ser entendido como informação, mas como desinformação. Pior, dizer que um POD EW foi integrado, porém não é utilizado plenamente, é brincar com a inteligência do leitor, pois se um POD EW não pode ser utilizado na sua plenitude, então integrado não foi, não passa de carga inútil. Ademais, a informação emitida não pode ser comprovada, não passa duma desinformação plantada, portanto. Mais uma dentre tantas.

De fato, a entrevista do senhor Cooper prossegue em um cipoal de recriminações e lamúrias, todas elas despropositadas, afinal, apresentar-se como um analista objetivo de um conflito não significa que realmente é esta a intenção, seja o autor renomado, ou não. O que se percebe é a intenção clara de se plantar uma narrativa favorável a um dos lados, um eleito, Ucrânia, pouco importando para isso a realidade, expressa no mapa e nos acontecimentos.

A tendenciosidade é evidente, basta ver as lágrimas pelas mortes dos pilotos ucranianos… Ora, pois, não eram eles os vitoriosos, donos de uma força aérea praticamente intacta? Ou outros lamentos, quanto ao martelar massacrante da artilharia de campanha russa… Por acaso não recebeu a Ucrânia uma centena de obuseiros M-777, e outra vintena de PhZ-2000? Ah! Sim… Mais da metade dos obuseiros alemães retornaram para manutenção, avariados, devido ao uso intenso. O mesmo para os M-777 que não acabaram retorcidos no campo de batalha… Fica a pergunta: por que não abordar a fragilidade observada nos obuseiros de OTAN? Omite-se isso por fugir à narrativa desejada? Não é a função de um analista observar com seriedade e de maneira objetiva um conflito armado?

A verdade, caríssimo leitor, é que quando a vaidade se impõe é difícil buscar respostas calçadas na racionalidade. O problema da vaidade é que ela sempre encontra outra pelo caminho… Temos então, que a iniciativa do senhor Cooper em cobrir a guerra ucraniana, na qual ele reiteradamente publicou fantasias, tais como ataques helitransportados (que não ocorreram), presença (imaginária) de combatentes do Hezzbollah e vitórias aéreas inexistentes, apenas pode ser entendida como sendo fruto duma vaidade desmedida, se não isso, duma venalidade incontida, expressa na vontade de desinformar conscientemente. Disto resta saber qual das duas opções, vaidade ou venalidade, representa a motivação real destas publicações, que muito fizeram, diga-se, para arrasar e destruir toda a credibilidade amealhada anos e anos por Tom Cooper como autor de conteúdo.

Assim é a vida, alguns erros não são perdoáveis.

Notas:

[1]: VKS – Vozdushno Kosmicheskiye Sily, ou Força Aeroespacial Russa.

[2]: Wunderwaffe: – Arma maravilhosa, ou Arma milagrosa. Provém do alemão. Neste texto existem alusões jocosas, sendo elas: Ukroluftwaffe, para designar a força aérea ucraniana; Ukroheer, para designar o exército e Ukroreich, para designar o governo.

[3]: Izdeliye 305 – Produto 305 (tradução).

[4]: Tenente-Coronel Ilya Sizov: 11 vitórias aéreas alegadas até a presente data, a sua contagem consiste em: 03 Su-24, 03 Su-27, 02 MiG-29, 02-Mi-24, 01 Mi-8, além de duas baterias BuK M1. Condecorado com o Título de “Herói da Rússia por Coragem e Heroísmo”.

[5]: BVR – Beyond Visual Range (combate além do alcance visual).

A morte desperdiçada de um herói

Por: César A. Ferreira

Na data de 25 de fevereiro, com o breu a cobrir a capital ucraniana, um relâmpago cruzou os céus e irrompeu numa espetacular bola de fogo, naquele exato momento, um homem deixava a vida para tornar-se um herói, o seu nome: Oleksandr Oksanchenko. Para os íntimos “Grey Wolf” (Lobo Cinza, ou Lobo Cinzento).

Oficialmente declarado como “Herói da Ucrânia” pela presidência do país no dia primeiro último, o conhecido Coronel Okasanchenko era um piloto habitual em demonstrações aéreas com o majestoso Su-27, o mais capaz dos caças do inventário ucraniano. Quando foi abatido a responsabilidade foi atribuída a uma bateria de BuK-M1 da defesa antiaérea ucraniana, seria, portanto, “fogo amigo”. Entretanto, dado o fato da defesa antiaérea ter negado qualquer disparo naquela noite, a desconfiança foi endereçada aos russos, cujos meios de comunicação atribuíam ao fogo amigo o abate do Su-27, negando assim qualquer alegação de vitória. Dado o fato de que a VKS [1] não se fazia presente no ar naquela área, a suspeita recaiu no sistema S-400…

O sistema S-400, batizado com muita propriedade de “Triunfo”, é pilar atual da defesa antiaérea da Federação Russa. Possui sensores avançados e três mísseis distintos que entregam grande versatilidade ao sistema. São estes: 40N6 – míssil de alcance ultralongo, 400 km; 48N6 – míssil de longo alcance, 250 km; 9M96-E2 – míssil de médio alcance, 120 km; 9M96 – míssil de médio alcance de geração anterior, 40 km. Acredita-se que foi o modelo 48N6 o responsável pelo abate, pois a bateria então localizada na Bielorrússia, às margens do Pripyat [2], distava 150 km de Kiev. Uma vitória fácil para um sistema sabidamente bom, que agora exibe o selo de “testado em combate”. Não há estranhezas quanto ao sistema russo, mas sim quanto a missão do Coronel Okasanchenko: o que fazia ele nos céus de Kiev? Uma PAC? PAC – Patrulha Aérea de Combate: é uma patrulha efetuada por uma, ou mais aeronaves, sobre uma determinada área geográfica, que detenha valor estratégico, ou tático, que necessite proteção por ser um objetivo óbvio ao inimigo e que exige, por isso, proteção na zona de combate. Pois bem… Em um cenário em que os céus estão dominados por sistemas antiaéreos de área, efetuar uma patrulha aérea de combate é um contrassenso. É pedir para que a aeronave seja destruída, tal como foi verificado. Existe a especulação de que a presença no ar do Coronel Okasenchenko se dava para haver cobertura para a retirada da capital do governo ucraniano, que se deslocaria por terra. De fato, Volodimyr Zelensky, comediante que representa o papel de presidente da Ucrânia, desde então, aparece sempre em um ambiente fechado, aparentemente exíguo, de fundo azul, com vestes amarrotadas e semblante cansado, levando a se pensar que se encontra em um local improvisado, um bunker fora de Kiev. Isso é uma especulação, no entanto, que carece de confirmação.

A presença do sistema S-400 é uma das explicações para as reiteradas recusas da OTAN para atender as súplicas de Zelensky e da mídia em criar uma “No – Fly – Zone” (zona de exclusão aérea) na Ucrânia. Os outros motivos atendem pelas siglas Su-35, Su-30M e Su-57… Os russos cobriram o campo de batalha com sistemas de proteção de área, que vão dos sistemas de curto alcance, como o Pantsir S1, o TOR M2, passando por sistemas de alcance intermediário BuK-M2 e chegando aos sistemas S-300 e S-400. Arriscar vetores contra tais sistemas seria insano, além de anedótico, afinal esta não é propriamente uma guerra da OTAN [3], ademais, melhor ver a guerra se desenrolar e lutar por ela até o último ucraniano, o que faz entender o motivo de tanto se ventilar a entrega de caças MiG-29 poloneses para a Ucrânia: caças estes que vão decolar para serem abatidos, pois o espaço aéreo ucraniano está pesadamente saturado de emissões eletromagnéticas e conta com vigilância AEW fornecida pelos Beriev A-50… Então, os pilotos da OTAN com seus preciosos vetores não vão lutar nesta guerra, mas os descartáveis pilotos ucranianos e os velhos MiG-29 podem ser sacrificados, afinal… É a guerra deles!

Assim, o que temos em mãos é o desperdício de vidas, que serão certamente encaradas como atos de heroísmo. Ridículo, como tudo que a Ucrânia demanda nesta guerra. Reviver a “Ucroluftwaffe” [4] em nada mudará o atual cenário, apenas oferecerá à VKS oportunidades de elevar scores… Nada mais, nada menos. É esperar e ver.

Notas:
[1]:
VKS Vozdushno-Kosmicheskiye Sily, (Força Aeroespacial da Rússia).

[2]: Pripyat – Rio que é afluente do Dniepper, corre da Bielorrússia para a Ucrânia, tem 710 km de extensão.

[3]: OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte:aliança militar de cunho agressivo que engloba países da Europa Ocidental, Central e os EUA.

[4]: Ucroluftwaffe – Termo popular utilizado para se referir à Força Aérea Ucraniana, possui tom nitidamente jocoso e faz alusão explícita à Força Aérea Alemã da Segunda Grande Guerra, “Luftwaffe”.

Palmyra já vê combates em sua zona urbana

Por: César A. Ferreira

Neste exato momento forças do Exército Árabe da Síria adentraram nos subúrbios da cidade de Palmyra, isto após terem capturado as ruínas da cidade antiga em meio a feroz combate, onde, para infelicidade da humanidade, estragos extensos foram causados naquele fantástico patrimônio histórico da humanidade. O ataque a cidade realizado através de um movimento de mão, ao norte, o que desequilibrou as unidades do Estado Islâmico posicionadas para defesa, visto que estas esperavam o assalto provindo do oeste. Em seguida, outro movimento de gancho, desta vez direcionado ao sul, acabou por submeter às forças legalistas a base aérea local.

O combate na referida cidade está sendo renhido, motivo pelo qual avolumam baixas de ambos os lados. Neste contexto histórias de coragem se sobressaem, caso dos advisors russos, responsáveis por marcarem no solo os alvos para as aeronaves russas, que foram descobertos por combatentes do Estado Islâmico e cercados, motivo pelo qual direcionaram os ataques da VKS diretamente sobre eles (consequentemente dos inimigos que os cercavam). O número de soldados das Forças Especiais russas mortos e reivindicados como tais pelo Estado Islâmico, até a este presente momento, somam cinco (5) combatentes.

A situação para os combatentes do Estado Islâmico tende para insustentabilidade, visto que a operação visa cercar a cidade, conta com vasto apoio aéreo, que inclui a presença de helicópteros de ataque Mi28N, visto nos combates, e artilharia de campanha, onde os temidos TOS-1 “Buratino” se fazem presentes.

Nas últimas 24 horas as Forças Aeroespaciais da Federação Russa efetuaram apenas na área de Palmyra 40 saídas para missões de ataque, com 158 objetivos terroristas engajados, com ao menos quatro (4) Carros de Combate destruídos, cinco (5) caminhões de suprimentos igualmente destruídos, quatro (4) depósitos de munição incinerados e três (3) peças de artilharia eliminadas. Cerca de 100 combatentes foram mortos nestes ataques, que não contabilizam as missões de ataque realizadas pela Força Aérea Árabe da República da Síria.

Fontes do Ministério da Defesa da Rússia anunciou que o destino de Palmyra, que já conta com combates em sua zona urbana neste presente momento, deva se desfechar nas próximas 72 horas, isto no seu mais tardar. Para o Exército árabe da Síria esta batalha tem um sentido especial, simbólico, pois em 2014, o soldado capturado da desbastada 93ª Brigada de Infantaria, Adnan Yahia al Shoghri, instado a poupar sua vida pelos captores bastando para isso bradar vida eterna ao Estado Islâmico, berrou ao invés “nós vamos acabar com vocês”! Adnan e outros prisioneiros foram executados logo após o seu brado.

Documento reservado da OTAN destaca que a Rússia é superior às forças da Aliança na Síria

Por: Josef Hufelschulte

Fonte: Focus

Tradução: J.Junker

Sábado: 05.03.2016

Desde setembro, a Força Aérea Russa está voando e atacando na Síria. Na imprensa, há denuncias de que os repetidos bombardeiros de Putin mataram centenas de civis. Ironicamente, no entanto, a OTAN elogia a Rússia em seu relatório: Ela está bombardeando “com precisão e eficiência”, ele diz – e teria um efeito muito maior do que o uso do armamento da OTAN.

O relatório da Aliança Militar do Atlântico Norte (OTAN) certifica que a Força Aérea Russa, implementada na Síria, alcançou um alto nível de profissionalismo. Isto foi relatado pela Focus, citando uma análise confidencial da OTAN, feita em Bruxelas.

Embora os aviões de combate das forças armadas russas são claramente inferiores aos jatos da aliança ocidental numericamente, os pilotos do Kremlin obtiveram, em operações contra a rede terrorista EI e outros grupos rebeldes, um impacto total maior. Isto foi devido à maior frequência de ataques aéreos russos, a Focus relata, citando o documento secreto.

Assim, cerca de 40 máquinas russas estacionados na Latakia voam até 75 missões por dia. Os ataques aéreos são executados “com precisão e eficiência”. A frota da OTAN conta com um total de 180 máquinas, que diariamente atacam apenas 20 alvos no solo. O Presidente Vladimir Putin, Comandante Supremo das forças russas, pretende aumentar, em futuro próximo, para até 140 aviões na Síria. Recentemente, a OTAN se sentiu constrangida pelo desdobramento de quatro caças multipropósito Sukhoi Su-35 na Latakia. O Su-35 é superior à maioria dos aviões de produção ocidental, de acordo com especialistas.

EI demonstra força no chão

De acordo com a OTAN, até agora apenas 20 por cento dos ataques russos foram contra terroristas, sendo a maioria contra milícias anti-Assad, algumas delas apoiadas pelo Ocidente. A forte presença dos terroristas e seus ganhos de terreno podem ser explicados pela dispersão dos rebeldes, por medo de ataques aéreos em suas posições.

Ao atacar, os pilotos do Kremlin usam informações de reconhecimento aéreo sírio. Além disso, as forças e espiões russos marcam instalações estrategicamente importantes. Sobre civis mortos nos ataques de aliados e da Força Aérea Russa não há nenhuma informação no documento secreto. De acordo com informações do Observatório Sírio para os Direitos Humanos mais de 1700 civis morreram desde Setembro de 2015 nos ataques aéreos russos, incluindo 423 crianças.

Nota do Editor: o que é conhecido como “Observatório Sírio para os Direitos Humanos” não passa de um simples ativista, comprometido ideologicamente, que mora acima de uma tecelagem em Londres. Vê-se, portanto, ao baixo nível no qual a grande imprensa é capaz de chegar no seu afã de desinformar. A credibilidade da grande imprensa não passa de miragem, fantasia, ou algo parecido.

VKS desdobra Su-35S na Síria

Por: César A. Ferreira

Dentre todas as notícias que versam sobre a guerra na Síria, ou do Oriente Médio em si, aquela de maior destaque, sem dúvida alguma, é a que noticia o desdobramento de elementos de caças Su-35S da VKS em direção à Latakia.  Dois elementos (quatro caças) com os designativos Vermelho 03, Vermelho 04, Vermelho 05 e Vermelho 06 (aviões da VKS possuem marcações de dois dígitos no nariz), tiveram suas fotos divulgadas enquanto realizavam voo de translado para a base aérea de Hemeimeem. Não foram vistos armas nos cabides, mas a presença dos pods nas pontas das asas, contendo o sistema de contra medidas eletrônicas (abreviatura em inglês: ECM) L175M1035S “Khibiny-M”, foi constatada pelas imagens.

Dado que não houve observação direta das armas nos cabides, pode-se apenas especular; sabe-se com certeza que os mísseis R-73E deverão fazer parte do arsenal, noto cante ao combate WVR (ao alcance visual), estando o combate BVR em aberto. Apontar a presença do R-37 no cenário sírio não seria um exagero, visto que a integração deste míssil ao Su-35S foi anunciada. O que é evidente, e nisto não há especulação, é o reforço do contingente aéreo na Síria, com aeronaves AEW, e agora com um interceptador com plena capacidade BVR, em meio as novas acusações turcas de invasão do seu espaço aéreo. Visto que o episódio que resultou no abate do Su-24M2 aconteceu em função de uma violação do espaço aéreo turco, hoje sabidamente falsa, entendem os russos, que haja interesse dos prepostos da OTAN em realizar novamente um raid contra as suas aeronaves.

Ao leitor que estiver curioso em relação às capacidades do Su-35S, convido-o a visitar a página Su-35: a grande águia russa.

Abaixo outras imagens dos caças da VKS (Scalemodels.ru, via Defense Blog):

0000-SU-35S-Siria02
SU-35S “Red 02” durante voo de translado para Síria. Imagem: Scalemodel.ru/Defense Blog.

0000-SU-35S-Siria03
Su-35S, designativo “Red 05”, visto da vigia do Tu-154 que o acompanhava. Imagem: Scalemodel.ru/Defense Blog.

Rússia realiza 311 surtidas em 11 dias

Por: César A. Ferreira

A mídia brasileira, notadamente aquela não especializada, tende a refletir e emular a mídia empresa do ocidente, motivo este que explica a ausência do esforço russo na síria, passado o impacto inicial das primeiras e espetaculares ações. Entretanto, repete, vez por outra, as ações da USAF, ou dos Rafales da Armée de l’ Air, ou da Marine Nationale. É de assombrar que tão parcas ações tenham tamanha repercussão, mas compreensível, quando lembramos que a preguiçosa mídia brasileira se compraz em reproduzir as notas da Reuters, AP, UPI, DW, FP…

Motivo outro não há, portanto, para a ausência da notícia última sobre a guerra na Síria, no tocante ao que envolve o efetivo aéreo da Federação Russa desdobrado na Síria, notadamente na base aérea de Hmeymin. O informe destaca, simplesmente, que nestes primeiros 11 dias de 2016, a VKS, Força Aeroespacial da Federação Russa, realizou nada mais, nada menos do que 311 surtidas que resultaram na destruição de 1097 alvos e instalações de insurgentes extremistas islâmicos em território sírio. Isto resulta em uma média de 29 missões diárias, o que para um efetivo reduzido como é o russo corresponde a um feito notável.

000SU-24M2Night
Su-24M2 com Afterburner ligado rola pela pista para dar início a mais uma surtida noturna. Foto: internet.

Dentre os alvos, o Estado Maior da VKS listou as instalações para refino e estocagem de óleo cru, infraestrutura em poder dos extremistas insurgentes, tais como depósitos e pátios, locais de concentração de combatentes e de caminhões cisternas, bem como de equipamentos militares. Segundo informações do Tenente General Sergei Rudskoy, as armas do Exército Árabe da Síria efetuam neste momento uma ofensiva vitoriosa em cinco províncias, a saber: Latakia, Aleppo, Homs, Hama e Raqqa. O número de localidades libertadas, cidades, vilas e vilarejos, somam mais de que 150.

O Exército Árabe da Síria, em conjunto com unidades aliadas do Hezzbolah, além de um número não especificado de voluntários iranianos, aos quais agregam as forças curdas do YPG/YPJ, estas últimas notadamente ao norte, realizam operações distintas em várias partes do país. Na província de Latakia, o objetivo principal foi a conquista e ocupação das elevações características do local, que dominam as vias de acesso em direção à fronteira com a Turquia, bem como o avanço em direção a fronteira propriamente dita, selando assim a passagem fronteiriça e desta forma asfixiando naquela área o fluxo de abastecimento dos insurgentes. O objetivo estratégico e comprimir e cercar as forças inimigas de encontro com as tropas curdas, mais além. Na província de Allepo, segue o grande movimento de pinça ao sul da cidade do mesmo nome, enquanto os combates prosseguem na zona urbana com vistas a aumentar a =área em poder governamental, já na província de Homs, o destaque ficou por conta da retomada da cidade de Mahrin.

Outro dado interessante é o aumento de efetivos do Exército Árabe da Síria. A partir do início da intervenção do efetivo aéreo da VKS houve de maneira crescente, mas contínua, um engrossar de fileiras nas forças governamentais. Além da Brigada de soldados cristãos, outra brigada, esta de mulheres combatentes, foi formada. Ao que parece, a injeção de ânimo provocada pela presença russa foi primordial, para que jovens sírios passassem a vislumbrar a possibilidade de vitória contra a barbárie, e desta maneira trocar a fuga pela luta.

Para quem não tem ideia de quão pequena é a presença russa, segue uma lista do efetivo aéreo:  8 aeronaves SU-24M, e 3 aeronaves SU-24M2, 10 SU-25 SM, 2 SU-25 UM, 4 SU-30 SM, 4 SU-34 (acrescidos de outros seis), 12 helicópteros de ataque modelo Mi-24P  (acrescidos de unidades Mi-35M)e 3 Mi-8 AMTsh.  Para se ter uma ideia mais ampla, pode-se visitar a matéria O Esforço Russo na Síria.

Isso e nada mais.

Para se ter uma ideia mais ampla, pode-se visitar a matéria O Esforço Russo na Síria.

SU-35: a grande águia russa

Este artigo sobre o excepcional caça russo Su-35 foi redigido originalmente por mim para o site Portal Defesa, tendo sido publicado na categoria “Destaque” em 18-01-2014. O artigo continua no ar, junto ao referido site, onde conta com um maior número de imagens e ilustrações.

SU-35: a grande águia russa

Por: César Antônio Ferreira

Todos aqueles que já o viram, relatam a imponente impressão que sentiram à primeira vista. Assim é, e sempre será, um “Flanker”! (Código da OTAN para o SU-27 e família, que se tornou popular para designar o avião).

A imponência se destaca pelo grande tamanho, sendo este derivado dos requisitos havidos no projeto: exigia-se o domínio completo do espaço aéreo inimigo, o que resultava em um longo alcance, com tempo elevado de permanência sobre o alvo… A resposta seria uma célula com grande capacidade de transporte interno de combustível.

Poucos sabem, mas o SU-27 quase morreu ao nascer. A sua primeira concepção, materializada no protótipo T-10, mostrou-se insuficiente e abaixo dos padrões exigidos. Este protótipo possuía as derivas duplas montadas com uma separação menor e acima dos motores, uma asa com uma ponta sem corte, e uma fuselagem simétrica. O desempenho obtido foi relatado como “medíocre”, o que levou o Bureau Sukhoy, em desespero de causa, a reprojetar a aeronave à toque de caixa. A aeronave reprojetada reapareceu com os motores elevados na célula, com as derivas colocadas no flanco externo destes, maiores e com maior separação entre as mesmas, as asas ganharam recorte nas pontas e um novo formato, e a fuselagem perde simetria, ganhando uma corcova pouco acentuada. Nascia aquele que ganharia um apelido (OTAN) que rodaria o mundo: “Flanker”!

Nas feiras aeronáuticas de Le Bourget e Farnborough, o SU-27 demonstra uma agilidade assombrosa para uma aeronave do seu tamanho, iniciando ali, pela força expressiva das manobras, uma lenda, um mito. Em evoluções impossíveis para outras aeronaves, formou uma legião de apreciadores, principalmente, devido a afamada manobra denominada como “Cobra Pugachev”, realizada no Salão Aeronautico de Paris – Le Bourget, em 1989, pelo piloto de provas Viktor Pugachev. Ela consiste em levantar o nariz do caça abruptamente, em um elevado ângulo de ataque, e manter-se desta forma, vertical, por alguns segundos, “pendurado em seus motores”.

Su-35_600x400
SU-35, operacional da VKS em voo. Foto: internet.

O SU-27 sobreviveu ao fim da URSS como entidade política, ganhando operadores pelo mundo afora com aeronaves derivadas, que ganharam o designativo SU-30, tornando-se assim o grande sucesso de exportação militar da república herdeira da URSS, a Federação Russa. Dentre as nações operadoras do Su-30 encontram-se a Índia, Indonésia, Malásia e Venezuela, contando entre estas até mesmo forças aéreas de nações com poucos recursos, caso de Uganda.

O ultimo desenvolvimento desta família é o caça multi-propósito SU-35, objetivo deste artigo.

Encomendado em dois pedidos de 48 unidades cada, totalizando 96 unidades, sendo o primeiro lote com entregas finais esperadas para o ano de 2016, e o segundo lote, para o ano de 2020. Desta maneira, em 2020, caso não ocorram atrasos, 96 SU-35 estarão aptos para equipar os esquadrões da Força Aérea da Federação Russa.

Por ser uma aeronave multi-missão, o SU-35 está equipado para usar uma vasta gama de armamentos, para missões ar-ar, ar-mar, ar-terra. Para missões ar-ar; encontram-se integrados: R-73E e R-74 (WVR), R-77-1 (BVR). Espera-se a integração do míssil de longo alcance R-37M (K-37M), bem como das versões em desenvolvimento dos mísseis R-74 e R-77, respectivamente R-74M2 (K-74M2) e R-77M (K-77M), todos estes em fase de testes.

Entre as armas para emprego ar-superfície, exibem-se os mísseis Kh-58Ush e Kh-31PM, ambos de uso em missões de supressões de emissões inimigas (antirradar), Kh-38M, além das bombas guiadas de 1500 kg, 500 kg e 250 kg. Para emprego contra alvos navais, tem-se as armas Kh-31AM, Kh-35U/Kh-35UE e Kh-59MK. É esperada a integração de duas armas anti-navio de grande capacidade: Yakhont (P-800 Oniks)/Brahmos e Kalibr-A (família “Klub”, 3M54).

Como último recurso, o piloto pode contar com o canhão orgânico de 30mm GSh-30-1 com 150 disparos.

A potência do SU-35 é representada por um par de turbinas AL-41FIS (Izdeliye 117S), projetadas pela NPO Saturn, com produção relegada a UMPO. O motor exibe em potência máxima, ou seja, com o uso de afterburner (pós combustor), o valor de 14.500 Kgf, o que equivale a 142 Kn! Em regime de cruzeiro, ou seja, sem uso do pós-combustor, o valor equivale a 86,3 Kn (Kn= quilonewton; Kgf=quilograma força. 1 Kn = 101,97 kgf). O AL-41FIS exige revisão a cada 4.000 horas. Os bocais vetoráveis são idênticos aqueles da série 30 (SU-30 MK), ou seja, exibem 15º de deriva vertical (para cima, para baixo).

O Su-35 manteve a característica de poder transportar internamente uma grande quantidade de combustível, sendo esta característica ampliada 22 % em relação aos membros anteriores da família “Flanker”, totalizando 11.500 kg de combustível. Desta forma, apesar de exibir a capacidade de carregar tanques alijáveis, em termos práticos não o necessita, podendo por isto aproveitar os doze pontos existentes para transportar apenas armas, em um total de 8.000 Kg (8 toneladas).

Como meio de detecção principal o SU-35 possui o Radar N-135, também conhecido como Irbis-E. Radar Phased Array, ou seja, de varredura eletrônica passiva (PESA). Capaz de acompanhar enquanto realiza a varredura 30 alvos aéreos, com engajamento simultâneo de até oito aeronaves com mísseis BVR com cabeças de busca ativa. Para ataques terrestres, os ataques simultâneos são de até quatro alvos, sendo o Irbis-E capaz de varrer e mapear o terreno com alto grau de resolução. A potência operativa do radar se situa entre 20 Kw (pico) e 5 Kw (operação normal). O radar exibe dois modos de operação: Longo Alcance e Normal. No modo Longo Alcance um alvo com 3m² (RCS) é detectado em uma distância de 350 ~ 400 km. Neste modo, o ângulo de varredura se limita a 100°. No modo Normal, o alvo de 3m² (RCS) é detectado entre 170 ~150 km, sendo que o ângulo de varredura possui a abertura de 300°! Os alvos de baixa reflexão, ou seja, com 0,01 m², são detectados a 90 km. O radar possui uma suíte automática de classificação de alvos na forma de uma biblioteca, que informa o piloto o tipo de aeronave que ele irá enfrentar.

O sensor passivo compreende o IRST OLS-35, fornecido pela empresa NPK SPP (Moscou). Composto por um sensor térmico infravermelho (IR), uma câmera de TV, espelho de varredura e um designador a laser. A detecção pelo IRST em alvos com aproximação frontal é da ordem de 50 ~ 35km, e de 90 km em afastamento. Já as marcações de alvos pelo laser, alcançam as distâncias de 200 metros até 20 km. Todos os sistemas citados comunicam-se entre si e fornecem os dados ao piloto, em seu sistema de mira montado no capacete. Para autodefesa, o SU-35 conta com o sistema de alerta OAR de aproximação de míssil de guiagem IR com seis sensores espalhados pela célula para cobertura de todos os hemisférios, indicando precisamente ao piloto a direção da ameaça. Para autoproteção contra iluminação à laser, conta com o alerta OLO, capaz de indicar o ângulo incidente da iluminador. O alerta radar é composto pelo sensor L150-35 Pastel, que permite lançamentos de arma anti-radiação. Por fim, no que tange aos sensores, a suíte de ECM (contra-medidas eletrônicas) Khibiny-M.

O SU-35 é uma aeronave que cumpre com os parâmetros estabelecidos pelos seus criadores, que é uma aeronave capaz de impor a superioridade aérea sobre o espaço aéreo inimigo, promovendo ao piloto plena capacidade de avaliação situacional. Em outras palavras: um caça capaz de assustar o inimigo!

Características do SU-35 BM:

Comprimento: 21,90 m.

Envergadura: 15,30 m.

Altura: 5,90 m.

Enflexamento das asas: 42°.

Velocidade Máxima (11.000 metros): 2,25 Mach (2.756 Km/h).

Velocidade máxima ao nível do mar: 1.400 km/h.

Teto operacional: 18.000 metros.

Limite G: 9 G.

Taxa de subida: 325 m/s.

Raio de ação: 1.580 km.

Alcance máximo com combustível interno: 3.600 km.

Alcance máximo com tanques externos: 4.600 km.

Peso máximo de combustível interno: 11.500 kg.

Carga bélica externa (máximo): 8.000 kg.

Empuxo: 2x 14. 500 kgf.

Peso de decolagem padrão: 25.300 kg.

Peso de decolagem máximo: 34.500 kg.

Distância de pouso/decolagem: 700 m.

A escalada continua

Por: César A. Ferreira

Por vezes uma simples declaração pode significar muito, depende, antes, de que a proferiu e de quando o fez. Nesta semana, Jamal Khashoggi afirmou sem meias palavras: “(…) o incidente com o avião russo será repetido, estamos quase em guerra com os russos, apesar de ambas as visitas, reuniões e sorrisos”. Acontece que Jamal Khashoggi não é qualquer um, e simplesmente o chefe da editoria do Al Arab News Channel, uma espécie de “porta – voz informal” da Casa de Saud.  Os delírios de grandeza da Casa de Saud são bem conhecidos, e o objetivo perseguido de tentar fazer a Arábia Saudita ser reconhecida como “potência regional” é facilmente perceptível, por quem estiver disposto para tanto. Todavia, uma sinergia, entre o sultanato acalentado pela vaidade Edogan e sonhos diletos dos sauditas pode se tornar em um catalisador para uma grande confrontação no Oriente Médio, algo impensável até então, quer pelas ações empreendidas, como pelos interesses das potências, que não abraçam um conflito direto.

Neste contexto, a alocação de mais de 1.000 veículos blindados, entre canhões autopropulsados, veículos blindados para transporte de infantes e carros de combate M-60, por parte do governo turco, é algo para se pensar. Afinal, tal concentração de blindados, bem como do necessário contingente de infantaria que os acompanha, remete a uma possibilidade de rompimento ao norte de Latakia, onde as forças governamentais sírias estão em progressão, e mesmo quanto ao posto do contingente militar russo disposto na Síria, localizados a meros 48 km da fronteira, no antigo Aeroporto Internacional Bassel Al-Assad, sede dos destacamentos aéreos russos e onde se encontra a bateria AAA do sistema S-400 “Triumph”. Um contato direto, um ataque com tamanha profundidade e com um choque entre tropas governamentais equivaleria a uma declaração de guerra; guerra que se daria entre estados nacionais, entre eles um estado nacional nuclearizado e outro associado ao Tratado do Atlântico Norte. Além disso, talvez como resposta a ação russa de protelar as vistorias em caminhões provenientes da Turquia em suas fronteiras, a Turquia passou a bloquear a passagens dos navios russos nos estreitos, alegando motivos de toda ordem, de vistorias fitossanitárias às necessidades de tráfego prioritário de embarcações militares turcas. Desnecessário dizer que tais “problemas” não afetam embarcações de outras bandeiras. Além disto, tem-se o anúncio feito por Ancara de que os seus submarinos (IKL-209 Class) estariam a acossar o Cruzador Lança-Mísseis “Moskva” (enviados o “Dolunay”, IKL 209-1200 e o “Burakreys” IKL-209-1400). Não é preciso ter uma mente paranoica para entender que qualquer incidente com este vaso, capitaneia da Frota do Mar Negro, seria tomado como um ato de hostilidade declarada, guerra.

Moscou, por sua vez, também elabora ações que deixam Ancara com nervos à “flor da pele”. Apesar de ter sido anunciado como um gesto advindo do incidente com o SU-24M, a aproximação mais séria entre os curdos sírios com o governo russo é algo que vem sendo ensaiado desde outubro deste corrente ano.  Ancara teme, com razão, o aumento de patamar dos combatentes curdos com envio de armas da Rússia e os eventos recentes, com certeza, alarmam os turcos. Basta ver a declaração recente do porta-voz da presidência da Federação Russa, Dmitry Peskov, na qual afirma que a combatividade das milícias curdas era em muito superior àquelas do “Exército Livre Sírio”, no tocante ao combate ao Estado Islâmico. Disse Peskov: “(…) a milícia curda, na verdade, é muito mais eficaz em termos de combate no norte do Iraque. São bem mais eficazes na luta contra o EI. Muito mais fortes e realistas na luta contra o EI do que o efêmero Exército Livre Sírio”. Pouco importa para os dignitários sírios que as declarações posteriores de Peskov advogassem a favor da integridade territorial de todas as nações da região, pois sabem mais do que ninguém que os curdos, minoria importante da população turca (25 ~ 35%, aproximadamente), alimentam um desejo confesso de se abrigarem em um Estado Nacional. Temem os turcos, que os russos comecem a fornecer em profusão os combatentes curdos, armas portáteis sofisticadas, tais como MANPADS 9K38 (Igla), ou 9K338 (Igla-S), bem como de  mísseis anti-carro 9M133 Kornet-E.

De fato a coordenação entre o YPG, comitê das Unidades de Proteção Popular Curda, e os destacamentos russos na Síria vão de “vento em popa”. Após a ofensiva aérea russa contra pontos fortes islamitas em Deir Jamal, os milicianos curdos lançaram uma ofensiva maciça contra os “moderados” pró-turcos do Exército Livre Sírio nos assentamentos de Maryamayn, Maliki e Zivara, todas as localidades situadas ao norte da cidade de Aleppo. Não existe dúvida na coordenação entre os elementos combativos curdos e as forças russas, dado que estas apoiaram as primeiras com helicópteros de ataque Mi-24P, o que exige um grau de coordenação afinado. Esta ação foi decisiva para a tomada de Tel Abyad, cidade habitada por turcomanos leais à Ancara, e o alvo da ofensiva do YPG é a localidade de Azaz, importante ponto da fronteira, por onde os comboios de abastecimento de armas trafegam entre a Turquia e a Síria ocupada, bem como o retorno dos caminhões cisternas, estes com petróleo contrabandeado pelo Estado Islâmico.

Shaairat
Base aérea de Shaairat, ou Shayrat. Foto: internet.

Aliado aos desenvolvimentos discutidos está a movimentação russa para ampliar a sua presença em solo sírio, visando ocupar a vasta base aérea de Shaairat, ou Shayrat como é mais conhecida, localizada a 25 km do sudoeste da cidade de Homs. A base aérea é ampla, possui abrigos de concreto reforçado para aeronaves (45), pistas com mais de 3 km de extensão  e dista pouco das linhas do Estado Islâmico, favorecendo em especial as surtidas para a região de Palmyra (principalmente para os helicópteros). Sabe-se que a Rússia reforma a pista auxiliar e especula-se que a dotação do efetivo aéreo russo na Síria vá subir para algo entre 100 e 150 aeronaves. Foi acusada a presença, desde o último dia 6,  das baterias do 5º grupo de artilharia do 120ª Brigada de Artilharia de Campo do Exército da Federação Russa. É certo que devido a localização da base, que um efetivo de proteção reforçado deverá ser formado para prover a segurança da base, caso venha a abrigar um destacamento de tamanha importância, como o que se projeta. Acredita, que algo entre 1.500 e 7.000 militares sejam alocados nesta base, isto, sem incluir os efetivos sírios.

Por fim, há de se destacar as imagens divulgadas dos bombardeiros russos SU-34, armados de mísseis ar-ar, no caso um par de mísseis IR, R-73-E, e de outro par de Mísseis R-27, com cabeça eletromagnética (guiamento semi-ativo). Antes, dado o congestionamento havido sobre o espaço aéreo sírio, os russos com o fito de não mostrarem-se hostis, abriram mão de armas de autodefesa dado que o Estado Islâmico e demais grupos não possuíam elementos aéreos. Observa-se a mudança como mais um sinal do escalar do conflito civil sírio devido ao seu potencial de causar incidentes.