Iron Dome: entre falhas e acertos

Por: César A. Ferreira

É natural uma nação ter orgulho das suas realizações e que se dê ao exagero quando dá publicidade das capacidades presentes nestas mesmas realizações, principalmente se estas provêm do campo militar. Algumas nações exageram demasia e entre estas se encontra Israel e o seu sistema antimísseis “Iron Dome”… O sistema possui como vetor o míssil Tamir e está destinado a dar conta de munições no seu trajeto terminal. O alcance efetivo do vetor é curto, cerca de 10 km, adequado a sua função de defesa crítica de último nível. Até aqui, tudo bem. O que não está bem, como bem já demonstrou o diário israelense Haaretz, é a alegada taxa de sucesso do sistema, apontada como de 90% segundo o fabricante, a Rafael Advanced Defense System, dado que a informação de 90% de interceptações com sucesso é fornecida como usual em ambiente de fogo saturado. Somam-se a isto as declarações jamais confirmadas de que o sistema foi responsável por 400 abates de ogivas inimigas, disparadas pelo grupo Hamas contra concentrações habitacionais de Israel. Pois, pois…

As sirenes “Tseva HelI” soaram e os vetores de interceptação foram lançados bloqueando o ataque de foguetes realizado pelos resistentes palestinos da Faixa de Gaza em direção ao aglomerado habitacional de Kafar Aze. A cidade mostra danos de monta em edifícios cuja causa foram os foguetes lançados pelos resistentes palestinos. A comunicação oficial é de que não houve casualidades em função do ataque palestino e que os ataques dirigidos aos assentamentos de Shaar Hanegev e Sdot Negev foram rechaçados, não houve alusão aos danos em Kafar Aze…

O fato é que não existe e jamais existirá percentual absoluto de sucesso em qualquer sistema antimíssil, e que a taxa de sucesso dependerá de quão saturado estará este mesmo sistema defensivo. Agora, caro leitor, transporte isto para um sistema ABM e você terá a resposta da sanidade de quem deposita confiança total em tais sistemas, que deverão ser os alegados escudos contra ataques nucleares…

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Pantsyr S1 em ação. Imagem: Site Defesa Aérea & Naval.

Patsyr S-1 testado mais uma vez em combate

Desenvolvido para prover proteção de camada de último nível para formações militares terrestres da Federação Russa, o sistema Pantsyr S1, que conta como vetor principal o míssil 57E6, contou mais de uma vez com sucesso pleno em interceptar foguetes lançados contra a base aérea russa na Síria, Khemeimin. No dia 27 de dezembro este sistema teria dado conta de foguetes disparados contra a base desdobrada de Bdama, na província de Idlib, quando dois foguetes foram abatidos, conforme informa a senhora Maria Zakharova, oficial representante do Ministério das Relações Exteriores da Federação Russa.

As armas utilizadas pelos terroristas são foguetes de saturação de área pertencentes ao sistema “Grad”. Proveniente da Bulgária, são obtidos pelos terroristas em áreas dominadas pelos EUA na Síria, cujo serviço de inteligência abastece os extremistas com propósito óbvio de manter a desestabilização da Síria como nação.

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S-400 na neve. Imagem: internet.

S-400

Enquanto isso outro sistema é notícia, o S-400… A Turquia e a Federação Russa acertaram como meio de pagamento a moeda nacional desta última, o Rublo. Desta maneira evita-se o rastreio do envio do montante pelo sistema bancário internacional caso este fosse efetivado via USD, bem como qualque3r restrição advinda, como sequestro, ou bloqueio de crédito ou do valor propriamente dito. A Rússia financiará em sua moeda nacional a venda deste sistema e deverá ser ressarcida na sua própria moeda nacional evidenciando desta maneira uma fuga do dólar como meio internacional de pagamentos. Um detalhe desta negociação é que a Turquia poderá compensar os russos com moeda de terceiros países, que vale dizer com o Yuan/Renmibi como referência.

Nota do Editor: ABM – Anti Ballistic Missile.

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